No Golden Temple, de Amritsar, conhecemos o sikhismo ou siquismo, em seu principal reduto de adoração no planeta. Trata-se de uma religião monoteísta fundada em fins do século XV no Punjab, região dividida entre o Paquistão e a Índia, pelo Guru Nanak (1469-1539).
Retratado como o resultado do sincretismo entre elementos do hinduísmo e do islão, o sufismo, o sikhismo professa três premissas de conduta aos seus seguidores:
1) Trabalho: alcançar o sustento através da prática de trabalho honesto;
2) Oração: manter Deus presente na mente em todos os momentos;
3) Serviço: partilhar os frutos do trabalho com aqueles que necessitam.
O Guru Nanak instituiu o sistema de cozinha e refeitório comunitários, que se perpetuou até os nossos dias, alimentando diariamente, de forma gratuita, mais de 50 mil pessoas: é incrível e emocionante de ver.
A fraternidade, o trabalho coletivo, o serviço comunitário e a igualdade entre gêneros, raças, credos e castas são valores desta religião.
Gratificante ver os sikhs participando da ‘seva’ ou ‘sewa’, que significa serviço altruísta realizado na maioria das religiões indígenas, nas tradições do yoga e do hinduísmo. O serviço ao outro é considerado uma prática devocional porque desta forma Deus, no outro, está sendo reverenciado de uma forma aplicada, cotidiana e tangível.
Experimentei o ‘karah prasad’, que é uma refeição sagrada feita à base de farinha, açúcar e manteiga batida. Todos os participantes da cerimônia religiosa de um templo sikh recebem este alimento, sem distinção de casta, nível econômico ou crença religiosa: um exemplo de receptividade, generosidade e evolução.
Agradeço aos sikhs, termo que significa em língua punjabi ‘discípulo forte e tenaz’ a inspiração para prosseguir meu caminho com trabalho, oração e mais serviço ao próximo. — em Amritsar.
Por Valéria de Souza Lima. Para uso deste conteúdo, favor incluir a autora e a fonte desta publicação www.emocoesemtransito.com.br.
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