Agradeço à cosmopolita Debbie e ao superlativo Andrea não só as 12 horas de festa no Castelo de Osasco, como também as reflexões que um casamento grandioso e memorável podem promover.

Acredito que o verdadeiro matrimônio pressupõe um feminino íntegro. A palavra matri-mônio, ao contrário de patri-mônio, está relacionada com a mãe. Casar, ou celebrar o real matrimônio, é uma manifestação da anima plena. É quando duas qualidades, yin e yang, se reconhecem, se aninham, se acolhem e escolhem caminhar lado a lado pela jornada da vida.

As características de reconhecimento visceral e acolhimento incondicional são manifestações do feminino, independente de se expressarem em um homem ou em uma mulher.

E o que é casar senão combinar suporte e incentivo para uma viagem longa: a viagem pela vida? Até porque o equilíbrio dinâmico se dá a medida de cada passo. É preciso avançar um passo adiante do outro para que o verdadeiro equilíbrio se dê. No ritmo que convier a ambos. No mínimo devagar, mas, sempre. Com suporte e incentivo a vida flui.

Além da manifestação do casamento em si ser uma expressão do gênero, todos os seus adereços e mimos também são ‘coisas de menina’. O buquêt, por exemplo, é um companheiro temporário da futura esposa durante a cerimônia.

Originalmente concebido para perfumar a noiva, o buquêt era um recurso eficaz quando os corpos eram banhados apenas ocasionalmente.

Até o final da festa a noiva oferece suas flores para as amigas. A tradição defende que aquela que segura o buquêt arremessado será a próxima a se casar. Será? E se o buquêt arremessado for compartilhado entre várias amigas? Muitos casamentos em seguida! Até rimou 😉

Gosto de acreditar que flores e aromas ampliam o campo de intenção. Desta forma, se o verdadeiro matrimônio pressupõe um feminino íntegro, o compartilhamento do buquêt é não só um convite coletivo à redenção do feminino ferido, como também sua preparação para a maior cerimônia.

Concordamos que antes de qualquer ‘affair’, o encontro decisivo acontece na alma individual: anima e animus casados no ‘self’ são condição ‘sine qua non’ para que a realização amorosa aconteça na vida. Esta é a maior cerimônia que podemos promover para nós mesmos. A cerimônia definitiva.

E assim reunidos e aconchegados, no nosso próprio coração, podemos clamar e acreditar: que se consolide o amor amigo, o amor erótico, o amor companheiro, o amor verdadeiro.

Aos recém casados, Debbie e Andrea, agradeço, mais uma vez, a oportunidade de viver um momento tão mágico. Desejo a vocês a consciência, a paciência e a serenidade para viverem cada dia simplesmente. — em Piemonte, Itália.

Por Valéria de Souza Lima. Para uso deste conteúdo, favor incluir a autora e a fonte desta publicação www.emocoesemtransito.com.br.