Esperança na imensidão azul.

A paisagem mudou completamente. Agora, a caminho do deserto de Zagora, terra batida, seca, poeira intensa e a cadeia de montanhas do Atlas pronunciada. Pela estrada muitas obras de renovação da pavimentação e a abertura de novas vias. Pedras rolando.

O reino do Marrocos é organizado e próspero. A figura do jovem rei, Mohammed VI, é apreciada nas várias cidades que estivemos. Conversando com os locais, a unanimidade foi geral.

Nelson Rodrigues, autor brasileiro famoso por críticas cáusticas sobre a organização familiar e social, diria que toda unanimidade é burra. Faz sentido. Especialmente quando ficamos cientes que críticas ao monarca podem levar a ‘corte de cabeças’. Sem querer polemizar, o fato é que há fotos do rei, sua esposa ruiva e do filho por todo lado.

Sinto a pele reclamar da aridez do ambiente. Temperatura bastante baixa com céu azul espetacular e nenhuma nuvem. Árvores secas e muitas curvas. O caminho para o Saara é belo, mas tortuoso.

É minha primeira experiência no deserto africano. Tenho, aí sim, inúmeras vivências no deserto da existência. Quando minha alma silencia e vaga por dunas sem fim, guiando-se apenas pelas estrelas da noite eterna. Dias e dias de céu e areia até alcançar um pequeno oásis de esperança.

Sigo em busca de sentido. Vivo gratificada com cada momento. E como na música da nossa trilha sonora ao deserto, Space Oddity de David Bowie, faço contato com a torre de controle do Grande Espírito para receber as coordenadas de navegação. Estar no deserto é uma oportunidade singular para fazer a bússola da alma encontrar o norte para um próximo passo.

Como você se sente quando está no seu deserto pessoal? Aflitx com as tempestades de areia? Esperançosx para encontrar um oásis? Confiante nas estrelas? Desejo que você possa sentir profundamente e apreciar a sua viagem pela vida.

Por Valéria de Souza Lima. Para uso deste conteúdo, favor incluir a autora e a fonte desta publicação www.emocoesemtransito.com.br.