Weng B Lei é uma jovem chinesa de Macau que terminou o curso de economia em seu país e veio para a Austrália estudar Arte Dramática. Vai ficar por três anos.

Diz que gostaria de ter aprendido português. Explica que em Macau a língua lusitana é valiosa e abre portas em um mercado de trabalho onde os cassinos têm grande expressão e representatividade.

Comenta que o destino de muitos frequentadores do parque-de-diversões-dos-que-querem-ficar-ricos-da-noite-para-o-dia, literalmente, é a morte.

Chegam entusiasmados para mudar de vida e são incentivados, mesmo com seus próprios recursos esgotados, a continuar apostando.

A política dos cassinos é financiar, especialmente os apostadores locais, incautos. Imprudentes, depois de perderem tudo, não suportam a vergonha – mais do que a dívida – e tratam de encerrar as próprias vidas.

Animadíssima, porque foi aprovada para estudar na ‘The University of Queensland’, ‘B’, como gosta de ser chamada, fica intrigada com meus cabelos e, curiosa, pede autorização para tocá-los. Brinca, divertida, experimentando novas texturas, possibilidades e vai mudando completamente o curso de sua vida.

Afirma que ficar em um escritório preenchendo formulários fazia ela se sentir muito desanimada.

Anima significa alma. Des-animada, portanto, sem alma. E o que acontece com uma pessoa sem alma? Morre. De vergonha. Da mesma forma que o incauto do cassino.

Para viver plenamente e expressar toda a sua inteligência e desenvoltura, ‘B’ vai começar de novo. Agora, animada, acha que pode ser atriz, mas ainda tem dúvidas. Afinal a arte é um mundo de incontáveis possibilidades. — em Brisbane, Austrália.

Por Valéria de Souza Lima. Para uso deste conteúdo, favor incluir a autora e a fonte desta publicação www.emocoesemtransito.com.br.